Mias.... quê??

By Unknown - 19:30

Setembro de 2014, foi quando descobri que sofro de Miastenia Gravis.
Sei que pelo nome já estão a pensar "O que é que é isso???". A explicação médica é a seguinte, o meu corpo ataca o neurotransmissor acetilcolina que é responsável por transmitir informações aos músculos. Ou seja, a mensagem não chega aos músculos o que faz com que eles não façam o que é comandado.
A explicação mais fácil é que é a doença do cansaço ou fraqueza.
Em 2014, mais ou menos em Maio, fiquei estrábica do nada. Foi bastante assustador e comecei a ser seguida por um especialista em estrabismo. Havia dias bons e dias menos bons, dias em que acordava absolutamente normal e dias em que não conseguia olhar ninguém nos olhos.
O tempo foi passando e fui melhorando (estranhamente), até que um dia apareceu me a ptose. O que significa? A pálpebra do olho direito não levantava. Fui de urgência para a CUF e marcaram me logo consulta no neurologista ( porque o problema não podia ser resolvido no Oftalmologista) e fiz também uma ressonância magnética para descartar a hipótese de ser algum tumor.
Chega Setembro e após um exame ao toráx para ver o timo, um exame de choques e uma análise aos anti-corpos descubro que sou misténica.
Para ser sincera na altura até foi um alivio porque no meio de tantos diagnósticos desagradáveis este ate foi o melhorzinho.
Comecei a tomar cortisona e o meu fiél amigo Mestinon para controlar esta doença, atenção controlar porque tratar está fora de questão porque infelizmente esta doença ainda não tem cura.
Com o inicio da medicação melhorei bastante, sentia me "normal" mas com o tempo os sintomas foram aparecendo novamente e também novos o que levou a ter de optar por uma timectomia para tentar acalmar a doença e diminuir cortisona.
Agora "estou bem", faço a minha vida o mais normalmente possível apesar de ter algumas coisas que não me deixam esquecer o problema que tenho. A cicatriz no meio do peito que ficou depois da operação, o facto de às vezes não conseguir sorrir para uma foto porque exige dos músculos da face, o cansaço e fraqueza que sinto quando me esforço demasiado e dificuldades a conduzir por causa dos olhos.
Acho que só tenho a agradecer porque há pessoas bem piores que eu, e no fundo fui sortuda. E para além disso tenho de agradecer a todos que me apoiaram na fase mais difícil que tive de ultrapassar.

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